11 de agosto de 2011

Covinha

by Ana Paula de Almeida às 00:34


Menina, já te disseram que quanto tu sorri forma uma covinha do lado direito? Já te disseram menina, que essas covinhas chegam até a serem sensuais de mais num rosto tão angelical quanto o teu? Aliás, esse rosto angelical abriga uns par de olhos que sorriem quando tu tá feliz. Já te disseram isso menina? Tu sorri com covinhas e com olhos. E dos teus cabelos lisos que caem sobre os teus ombros sardentos, já disseram?
Mas não sei o que acontece menina, mas faz tempo que não vejo suas covinhas pelo corredor. O que acontece que você não sorri mais, menina? A alegria dos seus olhos sorridentes deram lugar a uma expressão tão triste. Que acontece menina? Se abre pra mim, conta teus medos, eu quero te ver sorrir.
Eu sei o que acontece, e acho que o ladrão das tuas covinhas não merece essa tua cara tão triste. Eu vejo por baixo dessa franja olhos tristes, e eu sei o porquê delas estarem aí. Menina, você pode me falar. Você não sabe, mas eu te olho distante e sei identificar cada centímetro das tuas covinhas. E das tuas mãos pequenas e dos teus pés de bailarina. Tu faz balé, né menina? Tem uma graça e uma beleza que parece que quando anda, está dançando. Ah menina, não chora não. Eu fico aqui, te olhando comer e deslizar o garfo no arroz branco com salada e tentando desvendar onde foi que você escondeu teu sorriso. Você nem sabe que eu existo, mas eu sei que você tá triste menina, e eu queria poder devolver teu sorriso.
Se você deixar, eu posso tentar menina. Se você deixar, sorri pra mim e completa meu dia, menina.



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