10 de setembro de 2012

Platônico

by Ana Paula de Almeida às 08:33 0 comentários



Ele é lindo, cheiroso, inteligente, alto, forte, é advogado, o tipo de homem que você sempre sonhou. Você passa noites imaginando como seria o beijo dele, o toque, o olhar. Como seria a voz dele sussurrando juras de amor ao pé do ouvido. Como seriam suas mãos quentes e grandes passeando sobre seu corpo, sua boca desbravando cada dobra das suas curvas.
Você cria diálogos inteiros na imaginação, com direito a sorrisos, a olhares fulminantes e a palavras que te deixariam vermelha. Imagina, até o sobrenome dele combina com o seu e o dos seus futuros filhos, um casal, lindo como o pai.
Ah, como ele é lindo! É o príncipe que você sempre sonhou, moreno, de barba, alto e com uma charmosa covinha no sorriso. Ele é o homem perfeito pra você. Mas ninguém é perfeito, ele também não é. O maior defeito dele é que ele nem sabe que você existe. Bom, ele até sabe, mas não liga muito. Só que você idealizou tanto uma história de amor perfeita que é conveniente que ela fique só na imaginação.
Amores platonicos são convenientes, afinal, você nunca vai ter de lidar com os defeitos do outro. Na sua cabeça ele é perfeito, e sempre vai ser. Só que nunca vai ser real. Quantos amores platonicos você já viu ruir quando se tornaram reais? Se o amor não estiver disposto a transpor a barreira da imaginação, ele não merece ser real. Relacionamentos são complicados, pois estamos falando de pessoas e não de personagens de romances. Não idealize seu amor, vivencie que é muito melhor. E muito mais difícil também, mas as delícias provenientes das dores são muito mais prazerosas.
Não perca seu tempo imaginando como seria, faça acontecer. Com certeza não é do jeito que você idealizou, mas sim muito melhor. Agora se você realmente acha que um amor platonico é mais confortável, você ainda não está pronto para o amor real.
 

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