Para começar, como disse no início, andei de ônibus pela primeira vez sozinha quando tinha mais ou menos 14 anos. É claro que eu já tinha viajado de "busão", porém sempre na companhia da minha mãe, ou de alguma outra pessoa. Para agravar a situação, eu não sabia onde descia pra ir pra escola, minha mãe queria me levar mas eu impedi terminantemente, afinal, eu estava no primeiro ano do ensino médio e não no jardim de infância. Fui pro ponto, com umas duas horas de antecedência porque eu odeio me atrasar, esperei o ônibus e quando ele chegou eu saquei meu passe escolar do bolso e subi. Acho que o cobrador realmente viu pela minha cara que eu nunca tinha andado de ônibus sozinha, porque quando eu fui passar pela roleta eu empurrei com as mãos ao invés do corpo, e a roleta acabou indo sem mim, e eu tive que pagar duas passagens. Eu tenho certeza que a minha mãe sabia que isso ia acontecer quando colocou uns cinco passes de reserva na minha mochila. Pois bem, senti meu rosto queimar, eu devo ter ficado roxa de vergonha, fui de cabeça baixa e sentei bem no fundo. A minha maior preocupação era onde descer, mas a minha sorte é que outras pessoas que estudavam na mesma escola pegaram aquele mesmo ônibus.
Depois desse dia, não tive mais esse tipo de constrangimento, porém ao longo dos anos protagonizei e presenciei muitas outras histórias bizarras dentro de um ônibus. Uma vez eu cai quando o grande veículo passou em cima de uma lombada e, detalhe, o ônibus estava lotado. Dá pra sentir que todo mundo riu da minha cara, mas como eu estava com os meus amigos acabei caindo na gargalhada também. Eu já falei muita besteira quando devia ficar quieta, principalmente quando vinha em ônibus cheio, portanto, quando estava no ensino médio fui o motivo da alegria e da gozação de muita gente. Mas, quando eu estava com a galera eu nem ligava, falava porcarias intecionalmente, o difícil era quando eu pagava mico sozinha. Como da vez em que uma criança vomitou em mim, mas aí o mico não foi minha culpa, mas quem ficou fedendo no ônibus fui eu. E o pior foi que esse dia estava fazendo muito frio, então ninguém conseguia ir com a janela aberta, dá pra imaginar a situação. Outra vez que eu não tive culpa nenhuma mas paguei o pato, só que dessa vez com o ônibus todo, foi quando, já na faculdade, soltaram o extintor dentro do "busão". Quase morri sufocada, mas o pior foi que eu quase entrei em pânico pensando que o que estava acontecendo era um incêndio.
Mas também não é feita só de micos e furos a minha trajetória pelos ônibus desse meu Brasil, tenho muitas histórias legais pra contar. Já fiz muitos amigos no trajeto escola-trabalho-trabalho-casa, e amigos de verdade, afinal, quando você encontra alguém todos os dias é impossível não criar certa afinidade com ele. Já me apaixonei muitas vezes nesses ônibus da vida, paixão à primeira vista mesmo. Só que às vezes ficava só na primeira vista, porque depois a pessoa nunca mais pegava ônibus comigo (rs). Não vou mentir, já beijei muuuuuuuito dentro de ônibus, algumas vezes foi bom, outras nem tanto. Já se declaram pra mim, e eu já fui pedida em namoro muitas vezes nesse mesmo local. Pensando por um lado, andar de ônibus te proporciona conhecer muitas pessoas diferentes e legais, basta deixar o preconceito de lado e se abrir para os mais variados tipos que você encontrar dentro do famoso "busão.
Porém, mesmo gostando da proposta do veículo, e acreditando que ele pode ser uma das alternativas para se conter o aquecimento global, afinal, ao andar de ônibus as pessoas deixam os carros em casa e isso diminui a incidência de monóxido de carbono na atmosfera, o meu maior problema com o "Mercedes" fica por conta dos atrasos. Ultimamente, tenho chegado meia hora mais tarde na faculdade e em casa, e isso realmente me deixa muito irritada. Dá até vontade de ser um daqueles rebeldes que quebram ônibus por ai, mas não faço isso porque se não tiver o ônibus aí que eu não chego a lugar nenhum mesmo.
É um desabafo, odeio quando ônibus atrasa, quebra e acaba me deixando na mão. Mas vou vivendo essa minha vida de "pegadora de busão" até quando Deus quiser, ou até eu tirar minha habilitação e comprar um carro, ou uma moto. Porque eu até sei andar de bicicleta, mas acho meio arriscado porque eu não tenho muito senso de direção, mas isso já é outra história. Por enquanto é só.
Beijo no cérebro.
Ana Paula de Almeida
4 comentários:
Tinha escrito um texto aqui pra vc, mas vou elogiar domesmo jeito, o texto foi ótimo engraçado e leve! Parabéns adorei o blog!
Parabéns Senhorita !
hahahahha, autas histórias de moça desastrada em heheh, então seu rosto fica quente quando você fica com vergonha, humm entendo...gracinha rs
ótima escritora em, muito gostoso de ler.
beijos
hahahha adorei as histórias de ônibus! é horrível quando atrasa né? odeio!
beijoss
Postar um comentário